sábado, 14 de julho de 2007

Palestras motivacionais funcionam?


Os colaboradores estão desmotivados. Que fazer? Contratar um psicólogo, ou celebridade, ou qualquer sorte de bom orador, pode ser uma solução: uma palestra motivacional pode entusiasmar e produzir importantes
insights que farão as coisas mudarem.

Correto?

Duvido! Olha, sei não, hein...

O que sempre ouço sobre essas palestras são comentários como "Ficamos entusiasmados, mas alguns dias depois tudo havia voltado ao normal". Então, qual o problema com elas?





Apesar da vantagem prática de poder carregar um livro ou manual de auto-ajuda e ler em qualquer lugar, a palestra motivacional tem uma vantagem maior: o poder mágico do ritual.

Pessoas se reúnem mediante regras de tempo, espaço e papéis, para absorver palavras especiais ditas por alguém especial (um santo de fora de casa, quase sempre. Ou seja, um fazedor de milagres) que vão tocar suas mentes e corações e fazer mudanças impressionantes acontecer.

Há algo de mágico nisso. Mágico em termos de "eficácia simbólica", estudada pela Antropologia, quero deixar claro.

Certamente essas palestras entusiasmam. Ainda mais quando verdadeiros shows, com bom humor, recursos audio-visuais, interação lúdica com a platéia, etc

Mas então, essas palestras funcionam? Adianta pagar por palestras motivacionais ou isso é mais auto-ajuda?

Thorndike disse que apenas 10% dos benefícios esperados se concretizam quando trabalhos dessa natureza são realizados. E é isso que se observa mesmo. Após 1 mês ou 2, se não houver estratégias concretas de manutenção da aprendizagem, desses pequenos shows não resta nada mais que lembranças agradáveis.

Fora isso, há também a questão que o público, em geral, já sabe, já tem ciência do conteúdo da palestra. Estão ali apenas para sensibilização, isto é, passar a sentir a importância do conteúdo, além de saber intelectualmente. Por isso é normal ouvir "Eu já sabia tudo que o palestrante disse. Mas é bom ouvir dele. Vale o dinheiro investido!"

Por isso talvez fosse melhor chamar esses eventos de palestras de sensibilização, e deixar a motivação para sistemas mais eficazes, como programas de remuneração variável, p.e.

Penso que esses são os 2 efeitos possíveis de uma palestra dessas: sensibilizar (efeito de curto prazo, de natureza emocional) e informar (efeito de longo prazo, de natureza racional) sobre algum tema. Sobre motivar, pode até ser, mas duvido muito! Confio mais em outras estratégias motivacionais, como bônus por desempenho, p.e.

Tudo me faz crer que essas palestras são como injeções iniciais em um tratamento farmacológico de longo prazo. De nada adianta conferi-las, se o restante do tratamento não for feito. E esse restante, via de regra, não consiste em tentar mudar o colaborador, mas de tornar a organização em que esse colaborador está inserido um contexto mais inteligente e eficiente de trabalho.

CONCLUSÃO: Não tente mudar
apenas a cabeça dos colaboradores. Se eles mudarem e a organização não co-evoluir os resultados não serão nem de longe o esperado! Alie palestras de sensibilização e/ou de informação com estratégias concretas de motivação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ha muitos comentarios meus na rede sobre diversos assuntos. Meu

ponto forte é que nao sou compravel e questiono o mundo, só

SEMPRE!

Essa conversa é antiga, mas faço questão de comentar.

Do meu ponto de vista como trabalhador:

"Nada mais dismotivador do que uma palestra motivacional."

Motivos:
1º - São sempre agendadas para depois do expediente, justo o

horario que voce queria já estar em casa;
2º - São sempre os mesmos textos, e similares atividades

recreativas, que o palestrante deixa para hora que alguns

começam a quase dormir;
3º - As pessoas formadas na area de recursos humanos sabem que

sua profissão se limita a: contratar, demitir, fazer entrevista

e folha de pagamento.
Dai vem o dono da empresa e cobra cursos e palestras para

motivar os funcionarios. O Povo de RH sem ideia do que fazer

inventa palhaçadas recrativas! Onde geralmente as pessoas se

reunem fazem circulos, dão abraço grupal e falam alguma

tosquice todos ao mesmo tempo (sem contar as fotinhos que

ficarão no mural da empresa, lembrando com frases sugestivas a

uniao e motivação).

4º - Dai alguem na TV diz que no brasil, falta mão de obra

qualificada, e novamente o dono da empresa cobra explicações do

RH, sem ter explicações o RH e a TV concluem que realmente

falta mão de obra qualificada! ERRADO!

No brasil há mão de obra qualificada, o problema é que

temos a politica do rebaixamento profissional, tipo: se voce é

tecnico de enfermagem, sera contratado como auxiliar de

enfermagem, iniciando faculdade, sera auxiliar tecnico de

enfermagem, se formando como medico, sera Enfermeiro! O mesmo

ocorre com todas as demais areas. O que leva o brasileiro a dar

jeitinhos para sobreviver. Logo o mercado tem mão de obra

qualificada, mas essa mão de obra não quer as vagas existentes.



Conclusarão de Felipe Vargas:


"Nada mais dismotivador do que uma palestra motivacional."

"Existe mão de obra qualificada no brasil sim!, as ofertas que

são de rebaixamento profissional o profissional nao quer"

"Palestras não motivam pessoas desmotivadas, se estão

desmotivadas ou não fazem o que querem, não são reconhecidas,

estão no ramo errado, ou são excessoes do tipo vagabundos que

sempre reclamam em quaisquer condições."

"Palestras Motivacionais: O que as empresas não fazem para não

precisar abrir as carteiras e pagar mais!"

"Desista de palestras motivacionais! Pague melhor seu

funcionario, ou de a ele um plano de carreira! Se não motiva-lo

assim é por que nada o motivaria"