segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

B. F. Skinner escreveu auto-ajuda????


Pensei que conhecesse Skinner, meu cientista favorito, autor da abordagem científica de estudo do comportamento que sigo. Mas qual não foi a minha surpresa ao descobrir que, aparentemente, ele escreveu auto-ajuda?


"Viver bem a velhice" é escrito naquele espírito pragmático e utilitarista comum ao Behaviorismo e (não por coincidência) a cultura dos EUA, país de Skinner. Trata-se de um ensaio filosófico sobre como ser feliz na velhice apesar da deterioração natural dos sentidos, do vigor físico, etc. O livro é recheado com informações científicas sobre o envelhecimento e também estatísticas sociais e parece ser dirigido a pessoas que começam a envelhecer, para que se tornem mais prudentes e planejem o futuro como idoso.


Mas fica aqui a interrogação: Skinner, o maior cientista do comportamento humano, escreveu para um gênero marcantemente pseudo-científico da literatura como a auto-ajuda?

O que me pareceu foi que Skinner apenas quis fazer juz ao que escreveu na introdução de "Ciência e Comportamento Humano", parafraseando Francis Bacon: que o conhecimento deve ser útil para a sociedade. Seu objetivo não era fazer dinheiro (até porque o livro é escrito numa linguagem nada caça-níquel), mas divulgar os saberes da Ciência do Comportamento para leigos, tornando-a útil.

Seja como for, "Viva bem a velhice" não se tornou um bestseller. Seu valor é histórico e científico. Só o comentei neste blog porque não podia deixar escapar essa... =)

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