Eles eram auto-ajuda? De certa forma sim. Afinal, o leitor aprendia de forma auto-didata a ajudar sua própria vida. Contudo esses livros não eram auto-ajuda no sentido enganador, charlatão e curandeiro do termo.
Me
dei conta também que há bestsellers que ensinam coisas práticas, tiradas de fontes científicas e simplificadas para divulgação para leigos. Ou seja, é um livro de divulgação científica, mas o leitor pode sentir que está aprendendo e se auto-ajudando de alguma forma. Um exemplo pode ser os livros de divulgação de Carl Sagan, como "O Mundo Assombrado pelos Demônios", em que ele ensina o leitor a como se proteger da crendice e das enganações pseudo-científicas.Um outro bom exemplo: "Porque homem jogam e mulheres compram sapatos", que é uma divulgação da Psicologia Evolucionista e o que ela tem a dizer sobre as diferenças entre gêneros. Ele está abarrotado de dados vindos de pesquisa, porém é escrito como um FAQ de formato simples para qualquer leigo entender.
Uma outra obra que vai por esse rumo: "Desvendando a Linguagem Corporal".
Apesar do título ele não promete fórmulas mágicas de como fazer "leitura fria" e descobrir segredos alheios pela observação do corpo: apenas expõe correlações entre disposições fisicas e atitudes comportamentais. Eu diria que dentre os livros de auto-ajuda existe duas categorias não-inclusas que costumam ser alistados junto: os de "Vida Prática" e os de "Divulgação Científica para Leigos". Eles são bem escritos como tratados e não como ensaios, e costumam ter boa referência bibliográfica.
Acredito que os livros dessas duas classes não são auto-ajuda porque não prometem curas ou milagres, e por isso não enganam. De maneira honesta eles declaram: "Trazemos saberes que se você for esperto e praticar podem ajudar você, torná-lo mais habilidoso em determinada área específica, e isso é tudo".












