Eu estava numa padaria, tomando café-da-manhã, e não é que estava sobre a mesa, disponível para folhear, uma edição antiga de Veja cuja reportagem de capa era sobre autoajuda?
Não resisti e peguei para ler. A matéria tem dois méritos: 1) uma boa análise histórica explicando as condições que tornaram possível o surgimento da indústria da autoajuda e 2) os nomes dos principais bestesellers e clássicos da indústria no Brasil.
Este post é sobre o item 1.
Segundo a reportagem, as contingências históricas que explicam o surgimento da autoajuda são:
a) as pessoas foram vivendo com cada vez menos religião, sem consultar líderes espirituais cara-a-cara, como um padre ou pastor. Ao invés disso, foram lendo por conta própria livros de autoajuda, ou mesmo a Bíblia como sendo um livro desse gênero
b) mulheres passaram a trabalhar fora de casa, eliminando a figura da "comadre". Isto é, ao invés das mulheres conversarem umas com as outras sobre questões da vida, passaram a ler livros de autoajuda para obter algum tipo de apoio
c) famílias foram se tornando menores e mononucleares (pais e filhos), eliminando a figura do vovô e da vovó sábios que nos dão conselhos
d) a anomia que as pessoas experimentam nos populosos mas solitários centros urbanos
e) o aumento do número de divórcios, gerando mais e mais problemas familiares
f) vida moderna agitada e competitiva, demandando mais e mais por "instruções para o sucesso pessoal".
Boa análise. Não completa, mas um ótimo ponto-de-partida para a compreensão socio-histórica da autoajuda.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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Um comentário:
Alessandro, dá uma olhada nesse link. É a coluna da "fabulosa", Inês de Castro na Bandnews FM, com suas pérolas sobre variedades. Nesta semana ela falou sobre auto-ajuda e entrevistou uma doutora em ciências. Veja o que vc acha..
Abç,
Luiz
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