quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Comer, rezar e amar



Hoje na padaria, tomando café, li por alto o badalado bestseller "Comer, rezar e amar".


A autora conta sua viagem pela Itália (onde comeu), Índia (onde rezou) e Bali (onde procurou equilibrar o espiritual e o material). Não se trata de uma narrativa em formato de diário, mas de 108 pequenas crônicas e ensaios, sobre os mais variados temas: aspectos culturais de cada país, e tudo que passou com ela nessas viagens.
Até gostei da idéia de Elizabeth Gilbert de contar sua jornada pela autorealização (como ela chama), em um forma literário.

O texto engana, não parecendo autoajuda.

Mas logo fica claro que é, pois o tempo inteiro Elizabeth diz que procura em suas viagens "o equilíbrio". Quando chega na Índia, diz que  precisa urgentemente meditar, para se equilibrar. Em Bali, diz invejar o equilíbrio das pessoas. Ou seja, durante todo o livro a autora pinta a si mesma como uma pessoa desequilibrada.



Há um outro ensaio ou crônica muito bom, como quando ela conta a história do turismo cultura em Bali, ou os episódio que ela narra de feitos de seu xamã balinês, um homem de 105 anos que parecia ter 60 (?).


É aí que o livro comete um erro dos grandes.

Sendo ele um relato de viagens que Elizabeth fez, por que não tem nenhuma foto? Nem cartão postal. Nem sequer datas dos eventos narrados. Ou seja, não há nenhuma prova de que os eventos narrados no livro são reais. Seu xamã de 60-105 anos pode ser apenas um personagem inventado para dar charme a trama!



Fora isso, o livro é carregado de frases piegas sobre religião, onde a autora defende suas idéias da Nova Era. Na parte do livro sobre a Itália, Elizabeth usa o "comer" como desfrutar de prazeres mundanos. Ou seja, para ela, uma boa lasanha em Milão é o máximo dos "prazeres dos sentidos" que uma mulher em busca do tal do "equilíbrio" pode experimentarl...


Ora, ora, ora, Elizabeth...


No mais, o livro já rendeu uma paródia muito engraçada, cujo humor está em pegar o roteiro espiritual e pudico de viagens de Elizabeth  e transpor pro universo masculino, materialista e lúdico.

Trata-se do engraçado "Beber, jogar e foder", onde o autor conta sua jornada em busca de prazer imediato pela Alemanha (onde bebeu cerveja), por Las Vegas (onde jogou em cassinos) e pela Tailândia (onde viveu em puteiros).


Comparem as capas dos dois livros:







Enfim, alguém resolveu fazer piadas 
com a autoajuda, além de mim!

Um comentário:

Anônimo disse...

E já anunciaram o filme desse livro. Espero que torne-se apenas diversão despretensiosa...