sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lousie Hay - "Se eu consegui, você também consegue"



Lousie Hay, norte-americana, é uma bem-sucedida autora de bestsellers de autoajuda.



Ela teve câncer, se dedicou numa jornada de cura médica e terapias alternativas (com Yoga, principalmente) e zaz!, curou-se. Lousie passou a explorar sua própria experiência com a cura do câncer em seus livros, tomando-se como exemplo.

Não nego que exista algo de muito bonito nessa atitude, no sentido de encorajar pessoas que estão sofrendo a seguir um modelo de sucesso. O problema é a tônica dessa mensagem no livros de Lousie Hay. A autora dá a entender que tudo é uma questão de pensamento positivo, que a pessoa só precisa ter a disposição correta e milagres irão acontecer!

Ok, Lousie, a sua doença foi superada. Fico feliz por você. Porém há uma certa taxa natural de remissão de câncer, até mesmo em estados avançados. Mas nem todas as pessoas são contempladas por essa loteria biológica.



Lembro das multidões que rezam pedindo a cura do câncer. Vez por outra uma pessoa consegue, e todos os holofotes são focados nela. Curiosamente, o número desses felizardos normalmente bate com as taxas de remissão espontânea (fenômeno natural), mas isso não desanima os que rezam por milagres. 


Lousie Hay também nos faz lembrar que a autoajuda é uma cria da cultura norte-americana. Nos EUA, o correto é seguir pessoas que foram bem-sucedidas em suas vidas pessoais. Só se vota em políticos que foram "homens e mulheres de sucesso" antes da política (Ótimo hábito!). Mas, da mesma forma, se compra livros de auto-ajuda de pessoas que antes de entrarem nesse ramo literário, tinham um histórico de sucesso e transformação pessoal.


Este post foi sobre uma das maiores crueldades veladas da autoajuda: a de vender a idéia de "Se eu fiz, você também faz, basta querer". Ora, cada caso é um caso, não?




3 comentários:

Anônimo disse...

Se a moda pega.......a hebe logo lança um livro....

Luiz Graton disse...

É, fica muito fácil vc vender um livro com uma mensagem de esperança que as pessoas querem ouvir, principalmente no caso uma doença tão devastadora como o câncer.
Qualquer hipótese de solução para a doença é o que pessoas com câncer e familiares querem ouvir e uma solução que depende apenas de "boa vontade".
Há uma grande probabilidade que o leitor desse livro se comporte de forma esperançosa e com mais fé na cura. Contudo, isso não muda o fato do argumento que o embasa ser um baita sofisma.

Anônimo disse...

"Se eu fiz, você também faz, basta querer". Ora, cada caso é um caso, não?
Seu bando de incompetentes e acomodados, pessimistas!
Acho que vou escrever um livro de Auto Ajuda também!

Frank Nyll