terça-feira, 3 de julho de 2012

Ram Charan - "O Líder Criador de Líderes"



Um colega do trabalho me emprestou esse livro, dizendo que eu ia gostar muito.



"Mas isso não é auto-ajuda?", perguntei.

"Não, é um livro de negócios".


Ok, ok.

Há uma tênue linha entre um gênero e outro, isso é fato. Mas acabei topando ler o livro porque Ran Charan é um consultor famoso hoje em dia, badalado, etc. De fato, ele fala de um conceito que acho muito pertinente, em "Execução": o que não basta planejar estrategicamente, porque é preciso arregaçar as mangas e saber fazer as coisas funcionarem, indo no nível do detalhismo concreto.

Apesar desse mérito de Ran Charan, achei "O Líder Criador de Líderes" muito ruim.
Ram Charan: "Liderança não se aprende.
Apenas se lapida o dom".
Sei, sei...

Em termos de estilo de escrita é um amontoado de histórias supostamente reais que Charan entrou em contato ao longo de décadas de experiência como consultor. Ele fica contando as histórias, e contando, e contando, e você espera o momento de alguma conclusão, algum encaminhamento ou conceito... E em algumas delas até vem isso, mas na maioria, é só a historinha mesmo. 

Fora que nesse livro Charan fala uma coisa que realmente achei péssimo. Ele diz que um líder é uma "pessoa especial", que "nasceu com um dom" e se distingue desde sempre das outras pessoas.  O máximo que podemos fazer, como chefes e gerentes, é identificar essas pessoas que se destacam e lapidá-las. Mas cuidado: cada um nasce com uma carga fixa de liderança, então se a pessoa tem o dom, mas não tem muito, ela será apenas um líder mediano. Não adianta investir muito nela, a não ser que ela tenha muito dom, muito potencial latente, bla, bla, bla.

Quanta besteira!

Charan contraria Peter Drucker, que diz que tanto a gerência quanto a liderança são comportamentos aprendidos, independente de "personalidade" ou qualquer "dom" ou fator internalista. Charan também contraria todo bom cientista comportamental, aliás. 


Numa visão mais científica entende-se que uma pessoa pode até parecer um "líder nato" porque ela "sempre" agiu como líder mas isso não atesta a existência de um dom inato: atesta apenas como nós não conseguimos rastrear os determinantes da liderança corretamente. Daí inferimos que ela tem uma essência interna de líder, com a qual já se nasce.

Por alimentar essa crença acabamos fechando nossos olhos para os determinantes sociais, históricos, e ambientais que, esses sim, formam líderes. 

Na Índia funciona assim: você já nascebom, ou nasce "intocável"

Pode soar preconceito o que vou dizer agora, mas dane-se. Pra mim Charan apenas refletiu um conceito da cultura da Índia, seu país de origem e criação. O conceito de sociedade de castas, onde alguns nascem especiais e são destinados a comandar quem nasceu inferior.

Se você quer estudar algo mais pertinente de Ram Charan, leia "Execução", e esqueça o que ele diz sobre liderança, ok?


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Alain de Botton explicando (e superando?) a Auto-Ajuda




"Os filósofos precisam voltar a
escrever para o público geral"
, diz Alain.
Alain de Botton me foi apresentado como um popularizador da Filosofia. 

Por sinal eu conheci ele através de uma série pra TV (que assisti no YouTube), aonde em cada episódio ele apresenta o pensamento de um filósofo (Coloquei um vídeo dessa série no final deste post).

Li duas obras de Alain de Botton: "As Consolações da Filosofia" e "Como Proust pode mudar sua vida". Gostei muito da primeira, aonde o autor fala de diversos filósofos de forma atraente, acessível. A segunda achei meio forçada, pois ele propõe que a literatura de Proust pode salvar as pessoas do desespero existencial (Me parece que ele apenas gosta demais de Proust e fez uma homenagem exagerada).

Quando as pessoas lhe perguntam se ele é um escritor de auto-ajuda, Botton dá uma resposta bem interessante... 


Começa explicando que desde a Antiguidade Clássica os filósofos costumavam escrever manuais práticos sobre questões da vida cotidiana para o público geral. 


Aproveitando um tema em voga hoje em dia,
Botton escreve um livro sobre ateísmo
Diversos pensadores romanos fizeram isso, abordando desde técnicas de oratória até discussões éticas e sobre o amor. Em seguida, muitos filósofos modernos fizeram o mesmo. Mas, destaca Botton, em um determinado ponto da História os filósofos se tornaram preciosistas, técnicos e herméticos demais em suas abordagens. Ao mesmo tempo, fecharam-se no meio acadêmico (a maioria dando aulas em universidades), aparecendo na mídia só de vez em quando, na forma de intelectuais consultados sobre questões da ordem do dia.

A auto-ajuda teria nascido, segundo o autor, do vácuo que os filósofos deixaram no público leitor quando se tornaram acadêmicos demais e pararam de escrever sobre questões do cotidiano, visando o leitor comum. Os autores de auto-ajuda apenas se aproveitaram da carência de um público sedento por conhecimento de qualidade, mas acessível, e inundaram as prateleiras com livros que prometem isso, mas entregam textos ruins, repletos de fórmulas ilusórias para o sucesso.


Claro que o que Botton diz suscita dúvidas:


- Será que isso não é "papo de vendedor"? Ele pode ser apenas mais um escritor de auto-ajuda querendo posar de sabido...


- Será que dá para filósofos e acadêmicos produzirem "pras massas" e manter a qualidade e rigor do conhecimento ?


- A auto-ajuda pode ser "melhorada"? Ou deve ser substituída por livros de divulgação da Filosofia e da Ciência?

Dentre outras questões... Prometo voltar a elas outro dia, porque no futuro certamente falarei mais de Alain de Botton.




Quer saber mais já? 


Leia esta entrevista dele.

Veja também um vídeo em que Botton fala de Nietzsche:




quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Dieta dos 17 Dias

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Puta que pariu!


Mas é sempre a mesma merda: vez por outra sai um bestseller prometendo milagres em termos de emagrecimento, boa forma e afins.


E o bestseller da vez, nesse campo, é  "A Dieta dos 17 Dias".


Continue lendo e você me agradecerá, caso estivesse pensando em gastar sua grana nesse livro...






Antes de mais, todos esses livros de dietas e exercícios que prometem resultados mágicos em tantos dias são pura besteira.


Isso porque eles fornecem fórmulas que não levam em conta as peculiaridades genéticas, ambientais, comportamentais de cada. Querem um exemplo? Esse aí embaixo:






Pra ficar com a barriga sarada assim em 30 dias só se o cara já tiver um histórico de exercícios prévio, combinado com hábitos alimentares de atleta e privilégios genéticos suficientes pra encher um carrinho de mão (Ou ele for muito rico e pagar umas cirurgias e usar drogas experimentais arriscadas).


Ocorre que o livro faz parecer que todos podem chegar ao mesmo resultado (a barriga-tanquinho). E não apenas isso: podem em apenas 30 dias. "É só querer!". Afff!


PURA BESTEIRA! Quem promete isso está apenas tentando roubar seu dinheiro.


Voltemos ao bestseller da vez, a Dieta dos 17 dias...


Antes de mais nada, não fácil descobrir que esse número, 17, é tratado de forma quase mágica no livro. O autor defende que o organismo passa por fases de 17 dias para se adaptar a ciclos dietéticos. Não há nenhum ciência por trás disso, contudo.


Achei especialmente suspeito o fato dos 17 dias de ciclo combinarem com 17 minutos diários de exercícios... afff!


"Ah, Alessandro, e se a dieta funcionar? Minha cunhada fez e deu certo". Aí eu respondo: deu certo por quanto tempo? O que muda as pessoas fisicamente não é um programa com início, meio e fim, mas reeducação alimentar pra vida toda, combinada com a prática de exercícios, esportes, bom sono, abstinências de drogas, etc.


Um programa de perda de peso rápida assim pode até ser útil para um atleta que precisa urgentemente baixar sua categoria de peso, ou para uma modelo que tem um desfile pra ir e precisa parecer mais esguia... Mas para 99,99% das pessoas que compraram o livro, é pura perda de tempo (E grana).


No mais, pelo que li da explicação do Dr. Mike, autor da dieta, trata-se de puro "mais do mesmo":

- coma várias refeições leves por dia



- capriche na salada


- alterne grupos alimentares


- faça uma desintoxicação com frutas


- etc, etc, etc


Desde 1900 e bolinha que todo mundo já sabe disso. Só que de vez em quando há variações da moda, do tipo "A ordem agora é carregar na proteína",  e em seguida: "Galera, proteína é veneno. Todo mundo pros carboidratos!". (Essas variações não respeitam as diferenças do organismo de cada um e têm pouco de científico, aliás).


Tudo bem que uma Dieta-dos-17-Dias pode servir de empurrãozinho e encorajamento para tudo isso começar, assim também poderia ser com a Dieta-da-Lua, a Dieta-do-Verde, a Dieta-de-Bervelly-Hills, etc,etc, etc, (porque, creio, todas elas funcionam igual, meio que a base de placebo), e todas elas estão de graça na internet já. Portanto, você não precisa gastar sua grana nesse bestseller da vez.


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sábado, 13 de março de 2010

Machismo em livros de autoajuda


Dêem  uma boa olhada no título e na capa deste livro de autoajuda:


As meninas meramente normais se casam. As "iradas" conseguem grana (a garota está com várias notas na mão) através de um relacionamento (o coração flutuando entre eles) com um sujeito rico (o homem está de roupa elegante e prestes a dar um anel de brilhantes para ela).

Agora que tal este livro aqui?




Ele parece explorar a clássica fantasia sexual masculina de ir oferecer ajuda para uma mulher lindíssima com problemas com o carro (e fazer sexo selvagem com ela ali mesmo).

Porém notem um detalhe: a mulher está usando vestido de noiva.

A capa insinua uma mensagem: atraia homens especiais ("partidões"), os seduza mas com o objetivo em mente, o de casar com eles.

Esses livros de autoajuda, dentre outros, parecem ter sido feitos para mulheres e possuirem uma única mensagem:

"Sejam espertas e casem bem. Assim vocês não terão problemas materiais".

Ok, ok.

Que será isso? Reconhecimento machista (por parte de mulheres, também!) de que o ser esposa e ex-esposa são profissões?


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ian Mecler



Você sabe o que é a Cabala?


Se você respondeu "Não", tudo bem, pois nem os cabalistas a entendem completamente. 

A grosso modo, podemos dizer que se trata de um livro que compila diversos textos místicos judeus, provenientes, dizem uns, do Egito Antigo, dizem outros, da Europa Medieval.





A popularidade atual da Cabala se deve, em parte, a famosos que aderiram a ela como sistema de autojuda. 

Dentre ele, Madonna (que sempre fala da Cabala em entrevistas).



Trata-se de um manual de magia, numerologia, e outros sortilégios também. Sua matemática é tão complexa que promete desvender os segredos de Deus, bem como deixar louco quem a estude por muitos anos.


Como você pode ver, o assunto é mesmo complexo.


E o que você acha de um brasileiro escrevendo, chamado Ian Mecler, escrevendo livros como este?




Originalmente a Cabala não era parte de uma religião moral, mas de um sistema de magia teológica (entender o poder de Deus, para usá-lo).


É estranho falar da "arte de ser feliz" através de ensinamentos altamente herméticos, do tipo que demandam até estudos avançados de numerologia e de línguas mortas.


Mas Ian Mecler, aparentemente, conseguiu fazer isso.


Ele até foi no Jô Soares para falar disso:







Clique aqui para ver a entrevista.




No mais, não conheço a obra de Mecler a fundo, mas fica aqui meu ceticismo: como transformar um sistema altamente complexo de magia cerimonial em autoajuda para o século XXI?

Não estariam esses "especialistas em Cabala" vendendo apenas misticismo empacotado? Será que alguém pode consertar magicamente sua vida através da Cabala?


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Comer, rezar e amar



Hoje na padaria, tomando café, li por alto o badalado bestseller "Comer, rezar e amar".


A autora conta sua viagem pela Itália (onde comeu), Índia (onde rezou) e Bali (onde procurou equilibrar o espiritual e o material). Não se trata de uma narrativa em formato de diário, mas de 108 pequenas crônicas e ensaios, sobre os mais variados temas: aspectos culturais de cada país, e tudo que passou com ela nessas viagens.
Até gostei da idéia de Elizabeth Gilbert de contar sua jornada pela autorealização (como ela chama), em um forma literário.

O texto engana, não parecendo autoajuda.

Mas logo fica claro que é, pois o tempo inteiro Elizabeth diz que procura em suas viagens "o equilíbrio". Quando chega na Índia, diz que  precisa urgentemente meditar, para se equilibrar. Em Bali, diz invejar o equilíbrio das pessoas. Ou seja, durante todo o livro a autora pinta a si mesma como uma pessoa desequilibrada.



Há um outro ensaio ou crônica muito bom, como quando ela conta a história do turismo cultura em Bali, ou os episódio que ela narra de feitos de seu xamã balinês, um homem de 105 anos que parecia ter 60 (?).


É aí que o livro comete um erro dos grandes.

Sendo ele um relato de viagens que Elizabeth fez, por que não tem nenhuma foto? Nem cartão postal. Nem sequer datas dos eventos narrados. Ou seja, não há nenhuma prova de que os eventos narrados no livro são reais. Seu xamã de 60-105 anos pode ser apenas um personagem inventado para dar charme a trama!



Fora isso, o livro é carregado de frases piegas sobre religião, onde a autora defende suas idéias da Nova Era. Na parte do livro sobre a Itália, Elizabeth usa o "comer" como desfrutar de prazeres mundanos. Ou seja, para ela, uma boa lasanha em Milão é o máximo dos "prazeres dos sentidos" que uma mulher em busca do tal do "equilíbrio" pode experimentarl...


Ora, ora, ora, Elizabeth...


No mais, o livro já rendeu uma paródia muito engraçada, cujo humor está em pegar o roteiro espiritual e pudico de viagens de Elizabeth  e transpor pro universo masculino, materialista e lúdico.

Trata-se do engraçado "Beber, jogar e foder", onde o autor conta sua jornada em busca de prazer imediato pela Alemanha (onde bebeu cerveja), por Las Vegas (onde jogou em cassinos) e pela Tailândia (onde viveu em puteiros).


Comparem as capas dos dois livros:







Enfim, alguém resolveu fazer piadas 
com a autoajuda, além de mim!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Matéria de capa da revista Veja

Eu estava numa padaria, tomando café-da-manhã, e não é que estava sobre a mesa, disponível para folhear, uma edição antiga de Veja cuja reportagem de capa era sobre autoajuda?


Não resisti e peguei para ler. A matéria tem dois méritos: 1) uma boa análise histórica explicando as condições que tornaram possível o surgimento da indústria da autoajuda e 2) os nomes dos principais bestesellers e clássicos da indústria no Brasil.


Este post é sobre o item 1.


Segundo a reportagem, as contingências históricas que explicam o surgimento da autoajuda são:


a) as pessoas foram vivendo com cada vez menos religião, sem consultar líderes espirituais cara-a-cara, como um padre ou pastor. Ao invés disso, foram lendo por conta própria livros de autoajuda, ou mesmo a Bíblia como sendo um livro desse gênero


b) mulheres passaram a trabalhar fora de casa, eliminando a figura da "comadre". Isto é, ao invés das mulheres conversarem umas com as outras sobre questões da vida, passaram a ler livros de autoajuda para obter algum tipo de apoio


c) famílias foram se tornando menores e mononucleares (pais e filhos), eliminando a figura do vovô e da vovó sábios que nos dão conselhos


d) a anomia que as pessoas experimentam nos populosos mas solitários centros urbanos


e) o aumento do número de divórcios, gerando mais e mais problemas familiares


f) vida moderna agitada e competitiva, demandando mais e mais por "instruções para o sucesso pessoal".


Boa análise. Não completa, mas um ótimo ponto-de-partida para a compreensão socio-histórica da autoajuda.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lousie Hay - "Se eu consegui, você também consegue"



Lousie Hay, norte-americana, é uma bem-sucedida autora de bestsellers de autoajuda.



Ela teve câncer, se dedicou numa jornada de cura médica e terapias alternativas (com Yoga, principalmente) e zaz!, curou-se. Lousie passou a explorar sua própria experiência com a cura do câncer em seus livros, tomando-se como exemplo.

Não nego que exista algo de muito bonito nessa atitude, no sentido de encorajar pessoas que estão sofrendo a seguir um modelo de sucesso. O problema é a tônica dessa mensagem no livros de Lousie Hay. A autora dá a entender que tudo é uma questão de pensamento positivo, que a pessoa só precisa ter a disposição correta e milagres irão acontecer!

Ok, Lousie, a sua doença foi superada. Fico feliz por você. Porém há uma certa taxa natural de remissão de câncer, até mesmo em estados avançados. Mas nem todas as pessoas são contempladas por essa loteria biológica.



Lembro das multidões que rezam pedindo a cura do câncer. Vez por outra uma pessoa consegue, e todos os holofotes são focados nela. Curiosamente, o número desses felizardos normalmente bate com as taxas de remissão espontânea (fenômeno natural), mas isso não desanima os que rezam por milagres. 


Lousie Hay também nos faz lembrar que a autoajuda é uma cria da cultura norte-americana. Nos EUA, o correto é seguir pessoas que foram bem-sucedidas em suas vidas pessoais. Só se vota em políticos que foram "homens e mulheres de sucesso" antes da política (Ótimo hábito!). Mas, da mesma forma, se compra livros de auto-ajuda de pessoas que antes de entrarem nesse ramo literário, tinham um histórico de sucesso e transformação pessoal.


Este post foi sobre uma das maiores crueldades veladas da autoajuda: a de vender a idéia de "Se eu fiz, você também faz, basta querer". Ora, cada caso é um caso, não?




domingo, 20 de dezembro de 2009

O Alquimista - Paulo Coelho


Faz muito tempo, muito mesmo, que não escrevo aqui.  (meu último post para este blog foi há  2 meses). Por isso resolvi retomar o “Bestseller da Vez” em grande estilo. Falando do maior autor de bestseller brasileiro (afff!) e membro da Academia Brasileira de Letras (afff! 2): Paulo Coelho.

Sua prosa é pobre em termos técnicos. Seus temas são batidíssimos (sonho, força, liberdade, etc). Sua proposta filosófica é superficial e confusa. E, surpreendentemente, Paulo Coelho é o autor brasileiro mais celebrado do mundo, sendo muito lido na França (!!!) . O objetivo deste post não é explanar sobre os motivos do sucesso de Paulo Coelho (até porque é apenas um: as pessoas se comovem com livros ruins que parecem ensinar sabedoria de forma acessível). Este post é sobre seu primeiro grande sucesso, um livro muito citado no meio da autoajuda: O Alquimista.




A Trama


“O Alquimista” é a história de Santiago, um jovem pastor de ovelhas na Espanha que vive frustrado até o dia que sonha com um tesouro nas pirâmides. Depois de ouvir uma cigana, nosso herói vende tudo que tem e vai atrás do tesouro no Egito. Muitas dificuldades acontecem, mas Santiago não esmorece, até que acha o foi atrás.


As 3 frases lapidares

A aventura de Santiago é um pano de fundo para que Paulo Coelho solte 3 de suas frases mais famosas: 


- “Quando você quer muito uma coisa, todo o Universo conspira para que você consiga”, 


- “Se você se dedicar a realizar seus sonhos, vai compreender a alma do mundo” e 


- “No final tudo acaba bem. Se não está bem ainda, é porque ainda não acabou”.

Esses 3 ditados Paulocoelinos são a essência de “O Alquimista”. Santiago faz a loucura de ir atrás de seus sonhos a todo custo, por isso é recompensado pelo Universo com o sucesso e a felicidade. Devemos imitá-lo e tudo dará certo. FIM.


Como pode?

Eu me pergunto: como pode um livro como esse ser tão celebrado mundialmente?

O Alquimista é apenas mais um livro sobre o pensamento positivo aplicado a realização de nossos sonhos.


Óbvio que se quisermos realizar nossos sonhos temos que nos dedicar e trabalhar para isso. Mas isso que “Todo o Universo conspira”, “Tudo sempre acaba bem” e afins é pura balela.  Na vida real temos que contar com algo mais que essa fé infantil (que tal trabalho duro?) Pois se não for assim tudo pode dar errado sim.


Aliás, a frase número 1 das 3 citadas anteriormente é uma paródia de uma citação de Goethe. O poeta alemão disse: "Quando você trabalha muito por muita coisa, todo o Universo conspira para você conseguir".


Perceberam o que Paulo Coelho fez?


Tirou "trabalha" e pôs "quer". 


Para Paulo Coelho, basta queremos, mentalizarmos, emitirmos energias positivas, e o resultado virá até a nós.


Sei não, hein... Mas eu boto mais fé na opinião do Goethe...


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Autoajuda prejudica autoestima

Baixa auto-estima piora com auto-ajuda, indica estudo.
Declarações de livros de auto-ajuda, como "vou ter sucesso" ou "sou uma pessoa adorável", podem surtir efeito negativo em pessoas com baixa auto-estima. A constatação vem de um estudo americano publicado em 07/2009 na revista "Psychological Science".

Os pesquisadores pediram a participantes com alta e baixa auto-estima que repetissem a frase "sou uma pessoa adorável" e, depois, mediram o humor e o que sentiam sobre si mesmos. Aqueles com baixa auto-estima se sentiram ainda pior após repetir as frases.

Em um estudo posterior, os participantes listaram pensamentos negativos e os positivos sobre si. Os psicólogos observaram que os voluntários de baixa auto-estima se sentiam melhor quando podiam ter pensamentos negativos do que quando focavam exclusivamente em ideias positivas.

Para os especialistas, pensamentos positivos podem provocar sentimentos contraditórios em pessoas com baixa auto-estima. Ao ter de pensar positivamente, pode-se considerar os pensamentos negativos ainda mais desanimadores.

Folha de S.Paulo

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O BestSeller da Vez VOLTOU!!!


Recebi vários pedidos, por email e por comentários no blog, para que o Bestseller da Vez voltasse a funcionar.

Confesso que estava sem idéias para empreender essa nova parte da jornada de desmascarar a indústria da auto-ajuda.

Até que... Achei este livro:



O livro resume os 50 livros mais vendidos de auto-ajuda, incluindo na lista obras antigas do Oriente, como o Dhammapada (!!!). Revela detalhes da biografia de cada autor e do histórico de publica, bem como "entrega o ouro" de cada livro, citando seus conceitos-chave.

Estava na promoção por R$ 9,90 na livraria. Então pensei: "Será?"

Decidi que sim. Retomar o Bestseller da Vez valia isso!

Então, meu caro leitor, prepare-se. Os posts "desvendendando" os livros de auto-ajuda (que aliás isentam você da necessidade de lê-los ehhehe) voltarão, e em grande estilo!

Nos próximos posts pretendo comentar os livros citados em "50 Clássicos de Auto-Ajuda",
entregando o ouro deles e expondo-lhes a nudez de suas patetices.

Aguardem!


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Auto-Ajuda ou algo diferente?

Passeando na FNAC de Curitiba me deparei com um balcão de livros classificados como "Vida Prática". Eram obras que se propunham a ser manuais de instruções para cozinhar, servir vinhos, etiqueta, trabalhos com madeira, etc.

Eles eram auto-ajuda? De certa forma sim. Afinal, o leitor aprendia de forma auto-didata a ajudar sua própria vida. Contudo esses livros não eram auto-ajuda no sentido enganador, charlatão e curandeiro do termo.

Me dei conta também que há bestsellers que ensinam coisas práticas, tiradas de fontes científicas e simplificadas para divulgação para leigos. Ou seja, é um livro de divulgação científica, mas o leitor pode sentir que está aprendendo e se auto-ajudando de alguma forma. Um exemplo pode ser os livros de divulgação de Carl Sagan, como "O Mundo Assombrado pelos Demônios", em que ele ensina o leitor a como se proteger da crendice e das enganações pseudo-científicas.

Um outro bom exemplo: "Porque homem jogam e mulheres compram sapatos", que é uma divulgação da Psicologia Evolucionista e o que ela tem a dizer sobre as diferenças entre gêneros. Ele está abarrotado de dados vindos de pesquisa, porém é escrito como um FAQ de formato simples para qualquer leigo entender.

Uma outra obra que vai por esse rumo: "Desvendando a Linguagem Corporal". Apesar do título ele não promete fórmulas mágicas de como fazer "leitura fria" e descobrir segredos alheios pela observação do corpo: apenas expõe correlações entre disposições fisicas e atitudes comportamentais.

Eu diria que dentre os livros de auto-ajuda existe duas categorias não-inclusas que costumam ser alistados junto: os de "Vida Prática" e os de "Divulgação Científica para Leigos". Eles são bem escritos como tratados e não como ensaios, e costumam ter boa referência bibliográfica.

Acredito que os livros dessas duas classes não são auto-ajuda porque não prometem curas ou milagres, e por isso não enganam. De maneira honesta eles declaram: "Trazemos saberes que se você for esperto e praticar podem ajudar você, torná-lo mais habilidoso em determinada área específica, e isso é tudo".

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Tropa de Elite de Vendas













HAHAHAHHAHAHAHHAHHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAH!!!!!!


Eu poderia resumir este post a uma imensa gargalhada (que foi exatamente o que eu soltei quando vi esse livro na vitrine de uma revistaria hoje).

Esse pessoal da auto-ajuda anda mais descarado que nunca! O livro tão somente aproveita a onda de sucesso do ótimo filme nacional "Tropa de Elite" para falar de "uma abordagem agressiva em vendas" (É do meu autor de "O Vendedor Pitbull").
Folhenado o livro, com o que me deparo? Frases de efeito como "Os covardes desistem, os vencedores não", e um capítulo bizonho chamado "Receita de bula de vendas" com 50 mandamentos do bom vendedor. Poxa, cinqënta não é muito? Esse cara poderia ser mais sucinto.. Os mandamento em si? Frases como "Matenha o foco", "Seja otimista", "Nunca desista", bla, bla, bla.

Detalhe cômico: o livro é narrador ficcionalmente por um tal "Nascimento"! hehehe

Acho que o Capitão Nascimento, do filme, não recebeu um centavo por esse livro, hein?


Link sobre o livro:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u368111.shtml

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Todo bestseller é ruim?

Ontem me perguntaram o que eu tenho contra bestsellers... Afinal, eu mantenho um blog que parece ser contra eles, não?

Nada disso! Sou a favor de livros que vendem muito (Quando eles são bons!)

bestsellers de qualidade, isto é, livros que são campeões de venda e são mesmo bons.

Dizem que há três critérios para avaliar um escritor:

1) se tem estilo, técnica literária, arte poética da palavra

2) se tem conteúdo e proposta filosófica

3) se é bestseller

Como exemplo de bestsellers realmente bons, cito os livros de José Saramago, que pontua bem nos três critérios, enquanto Paulo Coelho, por exemplo, apenas no terceiro.

OBS: o prêmio Nobel de Literatura premia autores que a) tem estilo e qualidade técnica-artística e b) conteúdo filosófico e político atual, e c) que tem potencial para ser bestseller mundial.

sábado, 19 de janeiro de 2008

"Os Segredos da Mente Milionária"

Manjadíssimo... livro muito fraco mesmo!



Normalmente eu dou um jeito de conseguir o livro que vou comentar neste blog com alguém ou numa biblioteca, mas com "Os Segredos da Mente Milionária" isso não foi preciso, uma vez que o livro é todinho captável com apenas um folheada breve.

A primeira parte do livro deixa claro que é baseado em Psicologia Cognitiva, muito influenciada pela Programação Neurolingüística. Começa dizendo aquela mesmice pseudo-científica de sempre dos livros de auto-ajuda: "O que você pensa acontece", "Mentalize e tudo dará certo", "O seu mundo exterior é um reflexo do seu mundo interior", etc.

OBS: Isso é pseudo-científico porque parte da idéia errônea que as pessoas não precisam mudar seus comportamentos, seus contextos concretos, precisam apenas mudar como se sentem para que tudo mude. Sabemos que mudanças para melhor ocorrem quando operamos na realidade concreta, e não em abstrações, pois não vivemos em um mundo abstrato. Ação, pessoal! (E não ilusões).


Como prova disso, o autor passa a seguinte fórmula: "Programação mental gera Pensamentos que geram Sentimentos que geram Ações que geram Resultados".

Na parte dois do livro ele contrasta a "programação mental" das pessoas ricas com a das pessoas pobres e diz te ensinar como "programar a sua mente" para se adequar a primeira. Em seguida, são alistados 17 crenças que o leitor deve abraçar (de pessoas ricas) e 17 crenças de pessoas pobres que devem ser evitadas.

As crenças?

Bah! Mais do mesmo... Manjadíssimas. Coisas como:

"Acredite que você pode e seja otimista"


"Procure oportunidades, não obstáculos"

"Seja amigos de pessoas bem sucedidas e se afasta dos perdedores"

"Trabalhe pelos resultados, pelo sucesso, não pelo dinheiro"

"Administre bem suas finanças"

"Admire pessoas ricas, tenha elas como modelos"

etc, etc, etc.

Em suma.. "Os Segredos da Mente Milionária" é um livro tão profundo quanto um pires. Não acrescenta nada e ainda retira um pouco do dinheiro do seu bolso.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Auto-Ajuda: Literatura ou Filosofia?

Em outro post eu declarei que auto-ajuda é Filosofia (barata, de baixa qualidade). Na revista Psique #23 (conforme citado neste blog também) uma representante do Conselho Federal de Psicologia declarou que auto-ajuda é Literatura.

Sabemos com certeza que não é Ciência. Isso é ponto pacífico.

E agora?

Filosofia ou Literatura?

Cheguei a conclusão que a resposta é: ambos.


Explico... Há um tipo textual misto entre a Literatura e a Filosofia chamado ensaio. Trata-se um texto que usa que recursos poéticos e narrativos da Literatura mas para discursar sobre idéias livremente, como na Filosofia.

Ensaios são menos sistematizados e amplos que os tratados (que são textos pertencentes a Filosofia) e mais discursivos que narrativos (diferente das crônicas, que são algo da Literatura).

Portanto eis minha conclusão: livros de auto-ajuda são ensaios... ruins.


Mais sobre ensaios (wikipedia, vai lá):

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Harold Bloom e sua "Terapia através de Romances"

Solitário, azedo e irônico:
assim é o leitor que busca
auto-ajuda em romances, para Bloom




Em “Como e porque ler”, pela Ed. Objetiva, (o título é um bocado pretensioso, não acham?) o famoso e polêmico crítico literário Harold Bloom traça uma teoria pela qual toda Literatura de qualidade é uma forma de auto-ajuda pois promove uma “terapia pela narrativa” baseada em três princípios: 1) amenizar a solidão, 2) ensinar algo sobre a vida e 3) promover Sabedoria por meio do refinamento da ironia do leitor.


Amenizar a Solidão


Logo na introdução Bloom define a prática da leitura voluntária de romances como algo que serve para “amenizar o sofrimento da solidão”. Diz ainda que os personagens dos romances se tornam uma espécie de amigos imaginários do leitor e que essa é uma forma de menos arriscada de conhecer pessoas. O prazer da leitura não é um prazer: é um alívio da dor, pois serviria para nos tirar do “estado doloroso de inércia sombria do coração”.

Ensinar algo da vida

Cada romance, para ser de fato Literatura de qualidade, ensina algo universal sobre a condição humana. Partindo dessa tese Bloom afirma que ao nos identificarmos com os personagens dessas narrativas sofremos e aprendemos junto com eles. (Um caso especial de aprendizagem vicária). Ele chega a afirmar que ao aprender com a experiência dos personagens não precisamos nós mesmos sofrer para aprender (ou seja, podemos abrir mão de ter experiências de vida).

Sabedoria por meio da ironia

Desenvolvendo sua tese sobre a aprendizagem o crítico literário afirma ainda que a leitura ensina e refina uma habilidade fundamental para o homem: a ironia. Bloom empresta esse conceito de Kierkegaard (filósofoso existencialista dinamarquês), para quem ironia é a arte de dizer uma coisa profunda falando algo superficial que parece não ter nada a ver com ela. Ou seja, cada romance ensina importantes lições de vida para o leitor a medida que este se torna mais irônico e passa a conseguir enxergar a verdade nas entrelinhas. Quando comenta sobre Proust, por exemplo, o crítico diz que esse é carregado de um “fascinante azedume”.

A sabedoria, em Bloom, está muito associada ao sentido clássico da Tragédia Grega: o sofrimento que deve ser aceito e usuufruído para fins de aprendizagem. No final o autor ainda afirma que nos dias de hoje o conhecimento é abundante e acessível, mas apenas o leitor que aderir ao estilo clássico (e aos clássicos da Literatura, especialmente seu adorado Shakespeare) irá conseguir obter algo além do conhecimento: a Sabedoria (conforme o Humanismo Clássico).

Que dizer de tudo isso?


Antes de mais nada, que Bloom não está falando de biblioterapia propriamente dita (que é uma prática mediada por um terapeuta onde a leitura ou escrita de uma narrativa é usada como procedimento clínico). Ele está, na verdade, incentivando a auto-ajuda. Para Bloom, a Literatura é imortal a medida que ela oferece a um leitor “em estado de inércia sombria” a capacidade de ajudar a si mesmo, mas não gerando prazer: suavizando a dor do existir.

Me parece (hipótese) que Bloom está falando tão somente de sua experiência pessoal com a leitura. O que ele diz parece estar carregado de amargura bem como prepotência (a começar pelo título do livro, lembram?).

Acredito que a leitura de um bom romance pode sim, eventualmente, amenizar a solidão de uma noite entediante, por exemplo. Mas não incentivo pessoas lerem para anestesiar suas dores: prefiro incentivar elas a deixarem de ser solitárias, superar seus problemas reais. Da mesma forma acredito que ler ensina muito sobre a vida, mas não permitiria que um amigo deixasse de ter uma vida social, por exemplo, para tão somente dialogar com amigos imaginários que brotam das páginas de livros.


Concluindo... Sou a favor da Literatura como arte, aprendizado e prazeres, mas não como auto-ajuda. Harold Bloom tem seus méritos quando critica livros, mas sua visão de leitor e leitura para mim é bem problemática.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

B. F. Skinner escreveu auto-ajuda????


Pensei que conhecesse Skinner, meu cientista favorito, autor da abordagem científica de estudo do comportamento que sigo. Mas qual não foi a minha surpresa ao descobrir que, aparentemente, ele escreveu auto-ajuda?


"Viver bem a velhice" é escrito naquele espírito pragmático e utilitarista comum ao Behaviorismo e (não por coincidência) a cultura dos EUA, país de Skinner. Trata-se de um ensaio filosófico sobre como ser feliz na velhice apesar da deterioração natural dos sentidos, do vigor físico, etc. O livro é recheado com informações científicas sobre o envelhecimento e também estatísticas sociais e parece ser dirigido a pessoas que começam a envelhecer, para que se tornem mais prudentes e planejem o futuro como idoso.


Mas fica aqui a interrogação: Skinner, o maior cientista do comportamento humano, escreveu para um gênero marcantemente pseudo-científico da literatura como a auto-ajuda?

O que me pareceu foi que Skinner apenas quis fazer juz ao que escreveu na introdução de "Ciência e Comportamento Humano", parafraseando Francis Bacon: que o conhecimento deve ser útil para a sociedade. Seu objetivo não era fazer dinheiro (até porque o livro é escrito numa linguagem nada caça-níquel), mas divulgar os saberes da Ciência do Comportamento para leigos, tornando-a útil.

Seja como for, "Viva bem a velhice" não se tornou um bestseller. Seu valor é histórico e científico. Só o comentei neste blog porque não podia deixar escapar essa... =)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Matéria da Veja sobre auto-ajuda


link:
http://veja.abril.com.br/090108/p_054.shtml

Essa matéria da revista Veja é um tanto confusa em temos temáticos. Concentra-se em dizer que cada vez mais há regras e manuais para a vida moderna que tem a propriedade de se tornar mais complexa a cada dia.

No final da matéria, contudo, há interessantes informações sobre auto-ajuda em seus clássicos, que recebem uma leitura crítica.

Vale a pena para os auto-ajudólogos. =)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

"Como fazer amigos & influenciar pessoas"

Como tudo começou...



Este é um dos maiores clássicos da auto-ajuda, escrito em 1937 e com mais de 55.000.000 de exemplares vendidos. Ao ler o texto entendi porque ele se tornou um molde para todos os demais. Sua mensagem é "Se você mudar seus hábitos, tudo vai melhorar para você".

Trata-se de uma leitura fundamental para qualquer auto-ajudólogo, pois esse livro foi o começo de tudo: a primeira vez que, no século XX, regras para o sucesso pessoal foram publicadas em forma de manual (no século XVIII em diante já havia manuais de etiqueta).

"Como fazer amigos..." não passa de uma miscelânia (sem muita organização mas com alguma coerência) de regrinhas de convívio para gerar pessoas mais corteses. Nada mais!
Seus principais ensinamentos são:

- seja receptivo, ouça as pessoas
- admita seus erros

- elogie

- trate todos pelo nome

- sorria sempre

- nunca critique em público

- nunca fique irado em público


e por aí vai...

Esse livro é um manual de bom senso. Nenhum segredo, nenhuma fórmula mágica. Apenas bom senso: seja legal e você fará amigos e influenciará pessoas.

Ler "Como fazer amigos..." nos faz lembrar como a sua cria, a indústria da auto-ajuda, é superficial e vive de mais do mesmo do óbvio.